Sou colorado. Sentirei falta do Olímpico. Não é corneta. É sério. Tivemos grandes vitórias naquele estádio. Também sofremos derrotas. Mas se é verdade que a rivalidade torna a dupla GreNal maior, não podemos ignorar os estádios como personagens marcantes na história de ambos.
Quando o Grêmio caiu para a segunda divisão eu fiz piadas. Mas se 2005 foi marcado pelos problemas de arbitragem, a falta de um clássico não ajudou a alegrar o ano. Se o Grêmio simplesmente fechasse as portas de uma hora para a outra o primeiro momento seria de corneta, mas não tenho dúvidas de que o instante seguinte seria tomado por uma sensação de vazio.
Não quero aqui mentir sentimentos de afeto pelo time que era da Azenha. Apenas tenho que reconhecer que a sua existência e a nossa rivalidade são importantes demais para a história do Inter, do Grêmio e da cultura gaúcha.
E o Olímpico?
O Olímpico é parte do Grêmio, o estádio é parte do time. Não é por acaso que as duas torcidas cantam músicas exaltando o desejo de vencer na casa do adversário. Não sei como serão os confrontos na Arena, mas sei que assim como gosto de assistir o Colorado no Gigante, sempre gostei de enfrentar eles no Olímpico.
Ver a torcida deles chorando ontem na despedida do estádio, me deu um certo alívio. Ficarei até setembro sem assistir jogos na Padre Cacique, mas é questão de tempo. Quando o Inter retornar à sua casa, lá estarei. E nossa casa estará mais bonita. Ainda assim, nove meses é um tempo muito grande. Imagino então os torcedores do outro time, que viveram emoções no lugar onde será construído um condomínio. Eu entendo o choro.
Logo o Grêmio irá inaugurar uma casa nova. Sei que será palco de muitas alegrias para o Internacional, mas sentirei falta do Olímpico.